Acidente automobilístico espacial? O Tesla lançado ao espaço pode colidir com a Terra no futuro
Em 2018, a SpaceX surpreendeu o mundo ao lançar ao espaço um carro de verdade: um Tesla Roadster vermelho, com um manequim apelidado de Starman ao volante, embalado ao som de David Bowie. O inusitado veículo foi colocado em uma órbita heliocêntrica (ao redor do Sol), tornando-se o primeiro carro em “viagem interplanetária” da história. Mas para onde esse carro está indo? E será que ele pode acabar colidindo com a Terra ou outro planeta?

Foi exatamente isso que um trio de cientistas — Hanno Rein, Daniel Tamayo e David Vokrouhlický — decidiu investigar em um estudo publicado na revista Aerospace. O artigo, intitulado “The Random Walk of Cars and Their Collision Probabilities with Planets” (leia o artigo original aqui), utiliza o caso do Tesla para fazer uma análise científica detalhada sobre o destino de objetos não controlados em órbita solar.
O que a ciência descobriu?
Usando simulações numéricas de alta precisão, os pesquisadores modelaram a trajetória do Roadster ao longo de 15 milhões de anos. O estudo revela que, com o tempo, o carro segue um caminho caótico e imprevisível, parecido com um “passeio aleatório” (random walk), devido às perturbações gravitacionais dos planetas do Sistema Solar.
Apesar de o Tesla não estar “dirigindo” ativamente, ele continua sujeito a leis físicas rigorosas — e as simulações indicam que ele tem uma chance real de colidir com algum planeta. E sim, a Terra é uma das possibilidades.
Qual o risco de colisão com a Terra?
Segundo os autores, a probabilidade de um acidente automobilístico espacial com a Terra nos próximos 15 milhões de anos é de aproximadamente 22%. Embora pareça uma chance elevada, é pouco provável que isso possa ocorrer em um futuro próximo.

Os estudos apontaram ainda uma possibilidade de 12% do Tesla se chocar com Vênus, e também dele acabar se perdendo no espaço ou colidir com o Sol (cerca de 12% de chances) em algum momento.
Por que isso importa?
Esse estudo vai muito além da curiosidade sobre o destino de um carro no espaço. Ele levanta questões sérias sobre:
- O comportamento caótico de objetos não guiados em órbita solar;
- A importância de monitorar detritos espaciais e objetos artificiais que escapam da órbita da Terra;
- A necessidade de modelos computacionais mais precisos para prever trajetórias de longo prazo.
Em tempos em que a humanidade envia cada vez mais satélites, sondas e experimentos ao espaço, entender o destino desses objetos é essencial para a segurança espacial.